sexta-feira, abril 29, 2005

Não se deixem Assassinar

Como já todos sabem foram recentemente libertados da prisão preventiva os três presumíveis autores do assassinato de um agente da Polícia Judiciária, cujo crime foi cometido há quatro anos, porque o Ministério Público não foi capaz de concluir o processo de acusação dentro dos prazos legais.

Mais uma vez não há responsáveis e culpa irá morrer solteira. A Assembleia da República que tinha obrigação de estar atenta aos problemas, mais do que diagnosticados, da Justiça e legislar em conformidade, continua adormecida. Os juízes, coitados têm muito que fazer e ainda lhes querem tirar o segundo mês de férias, altura em que trabalham nos processos mais complicados (??????????). Os cidadãos, esses pobres desgraçados têm que se preocupar com o futebol, com a eleição do novo Papa, com o casamento do príncipe Carlos, com a morte do príncipe Rainier, com a Quinta das "Celebridades", com todas essas coisas importantes e absolutamente decisivas para o seu futuro, pelo que a cidadania (o que é isso?) não tem qualquer relevância.

Não, afinal sempre há um culpado. O culpado é o agente da polícia judiciária que, miserável e cobardemente, se deixou abater por esses três nobres cidadãos.

Por isso cidadão, colabora com a Justiça, NÃO TE DEIXES ASSASSINAR!!!


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segunda-feira, abril 25, 2005

25 de Abril

Para quê inventar palavras quando elas já estão todos inventadas. Para quê inventar um quadro quando as telas já estão todas pintadas.

Até hoje não encontrei mais niguém, para além de Sophia de Mello Breyner Andresen, que conseguisse sintetizar em tão poucas palavras aquela, que para nós Portugueses, é a manhã de todas as utopias. Nem um quadro que conseguisse transmitir com tamanha intensidade a alegria de um povo pelo derrube da ditadura como os de Vieira da Silva.

Fica aqui a homenagem ao 25 de Abril e às mulheres através da palavra de Sophia e da cor de Vieira da Silva:


25 DE ABRIL

Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo


Sophia de Mello Breyner Andresen



25 de Abril, por Vieira da Silva



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domingo, abril 24, 2005

Entreabrir a Porta para o Interior - I

Há dias o João Tunes do Água Lisa dizia-me, a propósito de um comentário que fiz num dos seus posts, que começava a compreender o porquê do meu nickname ser Werewolf (Lobisomem). Respondi-lhe que aos poucos iamos revelando os nossos pequenos segredos.

O seu comentário e a minha resposta levou-me a escrever este artigo, isto é, a entreabir uma porta para o meu eu. Aos leitores que habituamnete lêm os meus artigos nos diversos blogs que vou mantendo talvez interesse e até desafie a que façam o mesmo, que se mostrem um pouco, aos outros não deixará de ser um post banal e desinteressante.

Para aqueles que interessa desafiar cá vai um pouco de mim, para os restantes peço desculpa pela banalidade e assomo de vaidade narcísica.

Sou natural do Porto e actualmente vivo numa das cidades dos arredores da cidade para onde a classe média foi empurrada. Sou filho de pai beirão natural de uma localidade situada nas proximidades da Serra da Estrela, Nelas, e de mãe alsaciana, mas já nascida no Porto. Sou sexto e último filho desta união, com uma grande diferença de idades em relação aos restantes irmãos. Como não conheci nenhum dos meus avós, que já tinham falecido quando nasci, considerava os meus pais como meus avós e gabava-me de ter vários pais e mães, os meus irmãos, considerando os meus primeiros sobrinhos, com os quais convivia quase diariamente e sendo praticamente da mesma idade que eu, como sendo os meus verdadeiros irmãos, o que como imaginam, povou a minha infância de alegria, mas também de contradições.

O meu avô materno, natural de Mulhouse na Alsácia, segundo me disseram, filho de uma família de limpa-chaminés, profissão suja, mas importante em plena revolução industrial e em zonas frias, veio para o Porto no início do século XX e aqui casou com a minha avó, burguesa do Porto e descendente de escoceses. O meu avô, que tinha estudado química na Bélgica, veio para o Porto por convite de uma grande fábrica têxtil portuense e portuguesa, hoje já desaparecida, ali para os lados da Praça da Galiza (onde se encontra uma estátua em homenagem à grande poeta galega Rosalia de Castro), a fábrica Jacinto, pois, segundo me contaram tinha inventado, ou desenvolvido, uma fórmula que tinha a particularidade de fixar as cores dos tecidos e evitava que estes desbotassem com as lavagens. Segundo os relatos que chegaram até mim era uma pessoa solitária e íntegra. Em relação à sua terra natal fruto da cobiça entre franceses e alemães, com um dialécto próprio derivado do alemão, dizia frequentemente que a sua Alsácia "não prrecizarr do pata de ninguém, Alzácia terr tudo que prrecizarr parra serr independente". Dele herdei esta vontade intrínseca de independência e de vontade própria.

Soube que muitos dos meus parentes alsacianos, que falavam normalmente o dialecto alsaciano eram mais pró-francófonos do que pró-germanófilos, emboram todos fossem sobretudo alsacianos e aspirassem à independência da sua terra. Tanto quanto os relatos da família o permitem, soube que alguns combateram na guerra franco-prussiana ao lado dos franceses, que durante a I Guerra Mundial (guerra imperialista num tempo em que a Alsácia era dominada pelos alemães) foram obrigados a combater no exército alemão e, durante a II Guerra Mundial, muitos combateram na resistência francesa contra a ocupação alemã e o nazismo.

A minha avó materna, portuense, pertencente a uma família burguesa do Porto (cujo nome não revelo porque é conhecido e, por isso, em defesa da privacidade de terceiros, mantenho-o no anonimato), era de descendência escocesa. Segundo os relatos que chegaram até mim era uma pessoa autoritária e voluntariosa, dela terei herdado alguma casmurrice.

Deste casamento nasceram três filhas a minha mãe (a mais velha que nasceu alemã, depois de 1918 passou a ser francesa e com o casamento aos 17 anos naturalizou-se portuguesa, aos 20 anos já tinha 3 filhos: 1 rapariga e 2 rapazes, os restantes 3 foram mais espaçados tendo eu nascido por último, lá para meados dos anos 50) e duas gémeas, tendo uma delas morrido com 3 anos e a outra 4 ou cinco anos antes da minha mãe.

Os meus avós paternos, ambos beirões e serranos, eram agricultores. O meu avô, mais aventureiro, andou por terras do Brasil no último quarto do século XIX. Dele herdei o espírito de aventura e descoberta.

Deste casamento nasceram 5 filhos (três rapazes e duas raparigas) sendo o meu pai o mais novo, com uma diferença de idades relativamente grande em relação aos irmãos. Dos seus irmãos só conheci as minhas tias, já com bastante idade, quanto aos meus tios, o mais velho morreu muito antes de eu ter nascido, o outro foi para África (Angola primeiro, Moçambique depois e por lá morreu sem nunca o ter conhecido). O meu pai que também passou algum tempo em Angola, tinha uma verdadeira admiração pelo seu irmão mais velho, com quem vivia em Lisboa quando da implantação da República. Este seu irmão era militar e republicano e chegou a participar na coluna militar chefiada pelo general Abel Hipólito, a qual marchou sobre o Porto para derrudar a "Monarquia do Norte" também conhecida por "Traulitânia" (o nome diz tudo). Dizia a minha mãe que ainda longe do Cinema Olympia (hoje sala de bingo em Passos Manuel) Para onde as tropas monárquicas de Paiva Couceiro levavam os republicanos presos, se ouviam os gritos dos que aqui eram torturados pelos fervorosos adeptos monárquicos

O meu pai, velho republicano, veio para o Porto onde tirou o Curso de Contabilidade, conheceu a minha mãe e à custa de algumas serenatas (era um razoável tocador de guitarra portuguesa) e de uns poemas (por si escritos) lá conquistou o seu coração (como o mundo era romântico). Era uma pessoa austera (pelo menos com a idade assim se tornou), metódica e exigente consigo e com os outros, particularmente com os filhos, por isso tive alguns conflitos geracionais com ele, durante a minha adolescência e juventude, pois não soube adaptar-se às transformações do mundo, particularmente a partir da década de 60. Grande contador de estórias e excelente escritor povou a minha infância de sonhos e despertou a minha curiosidade e imaginação em volta das histórias por si inventadas (contaram-me os meus irmãos que, já adultos, nunca saíam de casa depois de jantar sem perguntar ao meu pai se havia continuação da estória do dia anterior, se ele estivesse com disposição lá criava de improviso a continuação da estória, senão então a continuação ficava para o dia seguinte). este mundo maravilhoso povoado de personagens à semelhança dos deuses do Olimpo, mas em jeito de fábula, com os seus defeitos e virtudes, fraquezas e forças, velhacarias e grandezas, ajudou-me a ter uma infância feliz e aberta para o exterior. Lamento que nunca tenha publicado os seus contos e sobretudo que os tenha destruído, pelo que o que nos resta é a memória oral. Morreu na década de oitenta com 86 anos. A maior alegria que lhe conheci, do ponto de vista político, foi o 25 de Abril e o derrube da ditadura. Dele herdei o rigor e a defesa de princípios e causas, mas a tolerância fui buscá-la à minha mãe.

A minha mãe, morreu há pouco mais de um ano, ia fazer 90 anos. Sempre viva e autónoma, com uma alegria imensa de viver, sempre jovem e alegre, era a matriarca da família. Sempre pronta a ajudar os outros, muitas vezes com dificuldade, mesmo em tempos de escuridão, nunca deixou de ter uma palavra de esperança e teve sempre uma palavra de carinho para os que precisavam, tendo ajudado muita gente, muitos operários e respectivas mulheres, que eram vítimas de perseguição, correndo riscos, mas nunca virando a cara e tendo sempre nos olhos a vivacidade da esperança acreditando que um dia a mudança chegaria. Dela herdei, como disse, a tolerância, mas também a esperança.

Em criança costumava adormecer no seu colo enquanto me contava o Suave Milagre ou O Menino da Mata e o seu Cão Piloto pela enésima vez. Foi também dela herdei esse ar de catraio, que surpreendentemente (para mim) o João Tunes viu numa simples fotografia, depois de uma breve troca de palavras ao telefone. Diz ele "ar de catraio respeitável", aceito o catraio, quanto ao respeitável não sei, sobretudo porque não sei o que é ser respeitável (estou a brincar João e percebi e agradeço as tuas palavras). Um abraço João. Curioso como pessoas que se conhecem há tão pouco tempo e de forma tão superficial, ou não, podem ter e sentir tantas cumplicidades.

NOTA: Este artigo já vai muito longo, por isso interrompo-o por aqui e continuo num dos próximos dias.


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quarta-feira, abril 20, 2005

"Relatizismos"

Não há ideólogo de direita que não ande agora a condenar o relativismo.

Até ontem nem sabiam o que é o relativismo, agora continuam a não saber.

São apenas papagaiadas.


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terça-feira, abril 19, 2005

De Ratzinger a Bento XVI, passando pelo Gueto de Varsóvia

A 16 de Abril de 1927 em Marktl am Inn, na Baviera, Alemanha, nascia Joseph Ratzinger, futuro Papa Bento XVI.


Bento XVI

Em 1941, com a idade de 14 anos juntou-se à Juventude Hitlariana embora, segundo o biógrafo John Allen, sem grande convicção. Dois anos depois, em 1943 fazia parte de um grupo de artilharia anti-aérea que defendia a fábrica BMW, nos arredores de Munique, dos ataques da aviação Aliada. Em Abril de 1945, a poucos dias da derrota alemã desertou do exército nazi e esteve preso num campo de prisioneiros alemãos, onde os Aliados promoveram campanhas de desnazificação. Posteriormente, a 29 de Junho de 1951 é ordenado sacerdote e em Junho de 1977 é ordenado cardeal pelo Papa Paulo VI. Participou no Concílio Vaticano II (1962/65). Ratzinger foi ordenado papa em 19 de Abril de 2005, depois de um dos mais curtos, senão o mais curto (cerca de 24 horas), Conclave da História.

Entretanto, nesta mesma data, mas em 1943, os Judeus do Gueto de Varsóvia deram início à primeira revolta massiva contra a ocupação Nazi. Devido às condições de vida a que estavam sujeitos, a população do gueto, durante os três anos da sua existência, diminuiu de 380.000 para 70.000 habitantes.


Rendição dos sobreviventes da
Revolta do Gueto de Varsóvia

Depois da chacina praticada pelos Nazis os sobreviventes foram conduzidos para campos de concentração, em especial Treblinka, onde a maioria morreu gaseada. Era a solução final do problema judaico para os nazis alemães.

Nesta altura o futuro Papa Bento XVI era um "pouco convicto" membro da Juventude Hitleriana, segundo o citado biógrafo, ou prestava serviço militar no exército nazi, protegendo a BMW dos ataques da aviação Aliada e, quando a guerra estava a dias do fim e a Alemanha Nazi estava praticamente derrotada, torna-se desertor, tendo sido preso pelos Aliados e, depois de ter passado por um período de desnazificaçãom, foi ordenado Padre em 1951, Cardeal em 1977 e Papa em 2005.

É este homem, cujo pontificado, como o dos seus antecessores, irá ter uma influência político-religiosa na sociedade mundial, cuja acção não afectará somente os católicos, mas sim toda a população mundial, independentemente da religião que professe ou da sua condição de agnóstica ou ateia.

Com um passado no mínimo polémico, foi este homem que, dias antes da sua eleição como Papa, afirmava a necessidade de combater a "ditadura relativista", é hoje o chefe da Igreja Católica Romana.


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segunda-feira, abril 18, 2005

Ratz... Quê?

Não vale a pena esconder o Sol com a peneira. Não restam dúvidas que a Igreja Católica influencia fortemente a sociedade, independentemente das opções religiosas e filosóficas de cada um.

Este artigo vem a propósito das palavras hoje proferidas pelo cardeal Ratzinger antes do início do Conclave, que levará à eleição do próximo Papa. Disse Ratzinger que o novo Papa deverá ser fiel à Igreja tradicional e que deverá combater a "ditadura da relatividade". Esta afirmação vinda de um cardeal que é apontado como um dos favoritos à sucessão de João Paulo II, e cujas opções são ultra-consevadoras, levanta-me as seguintes interrogações:

- Pretenderá Ratzinger, caso seja eleito Papa, arrastar a Igreja Católica para um fundamentalismo político-religioso, que nem João Paulo II ousou, pelo menos no plano político-ideológico?

- Defenderá Ratzinger a "democracia" do absolutismo ou o monolitismo político-religioso?

- Quais os apoios políticos com que conta Ratzinger para a sua nova Cruzada?

A situação é no mínimo preocupante, quer seja Ratzinger o eleito, ou outro que partilhe de um consevadorismo idêntico.

O conservadorismo religioso aliado ao poder político neo-liberal, consevador e militarista, que está a despontar neste início de século, leva-me a questionar seriamente o futuro, até porque de outros lados sopram ventos de idêntico conservadorismo e fundamentalismo que, em vez de conduzir o mundo para uma maior justiça, o poderá arrastar para um abismo do qual será, no mínimo, dificil de sair.

Vamos ter esperança que a solução seja diversa da preconizada por Ratzinger e, sobretudo, que a sociedade civil saiba estar atenta e participativa quanto a qualquer tentativa de novas cruzadas e guerras santas.

O nome Ratzinzer até parece que tem a sua origem em rato e os ratos são perigosos, principalmente os ratos dos esgotos.


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domingo, abril 17, 2005

Cabeça entre as Orelhas

Parece impossível, mas ainda há gente que põe um microfone à frente de Santana Lopes e de Alberto João Jardim.

Podiam juntar os dois num reality show (atenção TVI). Colocavam os dois fechados num T0 durante 3 meses, um dia por semana tinham a visita de um político (de um qualquer partido) e noutro dia a visita de um dirigente do futebol nacional (de qualquer clube), nos restantes cinco dias ficavam sozinhos. O canal televisivo aumentaria as suas audiências para valores esmagadores, e os indivíduos em causa não prejudicavam ninguém, pelo menos durante três meses.

E pronto, cá vamos andando com uma Primavera outonal depois de um Inverno primaveril.


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sexta-feira, abril 15, 2005

A Propósito da Inauguração da Casa da Música

Abriu ontem ao público (com dois excelentes concertos: Clã e Lou Reed) e foi hoje inaugurada oficialmente, com a presença do Presidente da República, a megalómana e polémica Casa da Música do Porto, quatro anos depois do "Porto 2001 - Capital Europeia da Cultura" e por um preço seis vezes superior ao inicialmente calculado.

No ACUSO 1 escrevi um texto sobre este evento no entanto, como uma parte dele tem mais cabimento neste blog do que no outro, transcrevo para aqui uma parte do texto original, dando-lhe um pequeno retoque.


Casa da Música do Porto
(Inauguração oficial em 15 de Abril de 2005) Posted by Hello

Então cá vai ele:

Muita da polémica que se vive em torno da Casa da Música não diz respeito ao projecto em si, mas sim aos conflitos políticos gerados por dois dos piores Presidentes de Câmara que o Porto tem tido nas últimas décadas, Nuno Cardoso e Rui Rio, cada qual com as suas idiossincrasias, que ajudaram a afundar a cidade quer do ponto de vista cultural, quer do ponto de vista de afirmação política e económica no país. Se ao primeiro podemos associar um bairrismo parolo, ao segundo podemos associar um pseudo universalismo de pacotilha e a ambos a mediocridade, por isso ambos descartáveis.

A Casa da Música está aí, com os seus defeitos e virtudes. Cabe-nos a nós, portuenses em particular e aos portugueses em geral, exigir que esta cumpra a missão para que foi construída, isto é, uma casa de todas as músicas sem elitismos e com ecletismo e dirigida pelos próprios artistas.

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Surpreendente

Os amantes do Porto, portuenses ou não, encontram neste blog excelentes imagens e artigos sobre a cidade do Porto.

Parabéns ao seu autor.


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terça-feira, abril 12, 2005

Porque pedir sempre um recibo?

Do meu amigo Pedro M. recebi este e-mail, cuja origem é uma denominada Comissão para a Equidade Fiscal e que, pela sua justeza, aqui repasso com o pedido de divulgação, mas sobretudo de actuação, pois como cidadãos também temos a obrigação e o dever de lutar diariamente contra a fuga e fraude fiscal. Não temos muitas armas, mas usemos as que temos e, para os mais egoístas, nunca é demais relembrar que ao prestarmos um serviço à comunidade estamos a prestar um serviço a nós próprios. Então cá vai:

Porque não podemos continuar a poupar dinheiro a quem vive dos impostos que nós pagamos, sem pagar os seus! Quando não exige um recibo - que por lei lhe devia ser entregue, ao invés daquela habitual pergunta viperina "Quer recibo?" - está, de facto, a poupar ao infractor:

19% de IVA
20 a 40% de IRS/IRC que deveria pagar mas não o fará porque, obviamente, se esquivou aos documentos respectivos.


Em números médios ele tem uma vantagem na fuga aos impostos de 25 a 30% do total pago além de, no preço, já ter incluído a respectiva margem de lucro. E nós, que não podemos fugir aos impostos, pagamos os nossos e, como ao Estado esse dinheiro já não chega, vamos também sofrer a sós o agravamento dos mesmos porque as pessoas que diariamente nos vendem refeições, livros, perfumes, fatos, sapatos, portas, janelas..., nunca passam recibos!

Ou seja, pagamos os nossos impostos e temos de pagar também o que outros
- vivendo das nossas compras -
não pagam, por se esquivarem aos devidos recibos.

Vamos, a partir de hoje exigir sempre recibos. De tudo. Veremos se o deficit se reduz ou não... Passa este email. Sensibiliza a tua família. Defende o teu futuro.


Comissão para a Equidade Fiscal


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segunda-feira, abril 11, 2005

Em Abril Avivar a Memória II

Graças a um pequeno folheto da AJA (Associação José Afonso), o qual me facilitou a recolha de dados, apresento-vos aqui uma pequena cronologia sobre alguns dos principais acontecimentos decorrentes entre a instauração da ditadura militar em 28 de Maio de 1926 e a entrada de Portugal na Comunidade Económica Europeia (CEE) e a eleição de Mário Soares para a Presidência da República, acontecimentos de 1986, passando pelo estado Novo e a revolução do 25 de Abril de 1974.

São 60 anos de História de Portugal de uma forma sucinta e que paralelamente nos mostra alguns acontecimentos ocorridos a nível mundial para que possamos compreender melhor as alterações que se vão dando, não só em Portugal, mas também no Mundo.

1926

Revolução militar de 28 de Maio.
Imposição da censura prévia à imprensa.
Dissolução do Congresso da República.
Extinção do Ensino Primário Superior (criado em 1919).
Promulgação das "Bases Orgânicas da Administração Ultramarina".

1928

Salazar na pasta das Finanças (até 1940).
General Carmona assume a presidência da República.

1929

Salazar acumula os Ministérios das Finanças, Colónias e Interior.
Greves em vários pontos do país.

1930

Criação da PVDE (Polícia da Vigilância e Defesa do Estado). Criação da União Nacional.
Acto Colonial.

1931

Revolta da Madeira.
Espanha: implantação da República.

1932

Salazar assume a presidência do governo.

1933

Promulgação da nova Constituição Política.
Criação do SPN (Secretariado da Propaganda Nacional).
Promulgação da Carta Orgânica do Império Colonial Português e da Reforma Administrativa Ultramarina.
Alemanha: Hitler nomeado chanceler do Reich.

1934

Greve geral insurrecional (18.Jan.).
General Carmona reeleito Presidente da República.
I Congresso da União Nacional. Proibição de todos os partidos políticos e organizações secretas.
Expulsão de 33 professores universitários.
I Exposição Colonial Portuguesa (Porto).

1935

Tentativa falhada de golpe contra a ditadura militar. Criação da FNAT (Federação Nacional para a Alegria no Trabalho).

1936

Criação da colónia penal do Tarrafal. Criação da Mocidade Portuguesa e da Legião Portuguesa.
Criação da Junta Nacional de Educação.
Espanha: a Frente Popular vence as eleições.
Início da Guerra Civil (até 1939).

1937

Atentado à bomba contra Salazar.
Revolta dos Marinheiros.
I Exposição Histórica da Ocupação Portuguesa no Mundo.
I Congresso da História da Expansão Portuguesa no Mundo.
Espanha: bombardeamento de Guernica (26.Abr.).

1939

Tratado de Não Agressão e Amizade entre Portugal e Espanha:
Início da 2ª Guerra Mundial.

1940

Salazar deixa a pasta das Finanças.
Comemorações do Duplo Centenário da Fundação e Restauração da Nacionalidade
(Lisboa: Exposição do Mundo Português).

1942

General Carmona reeleito Presidente da República (candidato único).
Encontro Salazar - Franco: "Bloco Ibérico".
Proibidas todas as formas de associação nos ensinos primário, liceal e técnico-profissional que não estejam no âmbito da Mocidade Portuguesa.
Timor é invadido pelo Japão.

1943

Criação do MUNAF (Movimento da Unidade Nacional Anti-Fascista).
Greves na zona industrial de Lisboa.
Nos Açores são cedidas bases militares aos EUA e à Inglaterra.

1944

Salazar deixa a pasta da guerra.
Marcelo Caetano, Ministro das Colónias (até 1947).
II Congresso da União Nacional.
Criação do SNI (Secretariado Nacional de Informação) em substituição do SPN (Secretariado de Propaganda Nacional).
França: desembarque dos Aliados (Jun.); Libertação de Paris (Ago.).

1945

Primeira Revisão Constitucional.
Reorganização da Pide.
Fundação do MUD (Movimento de Unidade Democrática).
Fundação da Casa dos Estudantes do Império.
Fim da segunda guerra mundial. Suicídio de Hitler. Execução de Mussolini.
Fundação da ONU.
Primeira bomba atómica lançada sobre Hiroshima.

1946

Revolta da Mealhada.
Fundação do MUD Juvenil.

1947

Salazar deixa a pasta dos Negócios Estrangeiros.
Tentativa revolucionária militar.
Repressão no Ensino Superior: demitidos professores; prisão de F. Salgado Zenha, estudante em Coimbra.

1949

Eleições para a Presidência da República: campanha do General Norton de Matos; reeleição do General Carmona.

1950

O Ministério das Colónias passa a designar-se Ministério do Ultramar.
Constituição da Comissão Nacional para a Defesa da Paz.

1951

Morre o General Carmona.
Eleições para a Presidência da República: eleito o General Craveiro Lopes; a candidatura da Oposição, do Professor Rui Luis Gomes, é recusada pelo Supremo Tribunal de Justiça.

1953

Primeiro Plano de Fomento.
Dissolução da Associação de Estudantes de Medicina de Lisboa.
Revolta da população negra de S. Tomé.

1955

Prisão de mais de uma centena de membros do MUD Juvenil.

1956

Milhares de estudantes universitários de Coimbra, Lisboa e Porto manifestam-se contra a lei que visa a liquidação das associações de estudantes.
Constituição do PAIGC (Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde).
Surge o MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola).

1957

Concentração de estudantes universitários junto à Assembleia Nacional quando da aprovação da lei que visa a liquidação das Associações de Estudantes.

1958

Campanha do General Humberto Delgado para a Presidência da República, que congrega toda a Oposição.

1959

Petição nacional para a demissão de Salazar: são recolhidas milhares de assinaturas.
Vaga de prisões em todo o país.
Cuba: revolução liderada por Fidel Castro.

1961

Assalto ao Sta. Maria.
Salazar assume a pasta da defesa.
Início da guerra colonial em Angola.
Manifestações exigindo o fim da guerra colonial e a demissão de Salazar.
O escultor José Dias Coelho é assassinado pela Pide.

1962

Tentativa insurrecional anti-fascista no quartel de Beja.
Importantes manifestações no Porto, Lisboa, Almada e Barreiro.
Vaga de lutas estudantis em Coimbra. Greve dos estudantes das 3 universidades do país. Assalto à sede da Associação Académica de Coimbra. Prisão de 1500 estudantes e professores.
Surge a FRELIMO (Frente de Libertação de Moçambique), da fusão de 3 movimentos de libertação.

1963

Grande jornada de luta em Lisboa.
Início da guerra colonial na Guiné.

1964

Greve de 10 mil pescadores no Algarve.

1965

O General Humberto Delgado é assassinado pela Pide.

1967

Fundação da LUAR (Liga de Unidade e Acção Revolucionária).

1968

Marcelo Caetano sucede a Salazar.
Manifestações estudantis no Porto e em Lisboa contra a guerra do Vietname.
Manifestação estudantil em Lisboa contra a guerra colonial. A Pide encerra o Instituto Superior Técnico. Em Lisboa os estudantes decretam o "luto académico".

1969

Jornada de luta política contra o regime. Grandes manifestações em Lisboa e Porto. Movimentos grevistas. Crise académica.
II Congresso Republicano em Aveiro.
Criação da CEUD (Comissão Eleitoral de Unidade Democrática).
EUA: grandes manifestações pela retirada do Vietname.
Primeira viagem do homem à Lua.

1970

Morre Salazar.
Manifestações de jovens em Lisboa contra a guerra colonial.
Criação da Inter-Sindical.
Várias operações da ARA (Acção Revolucionária Armada).
Chile: Salvador Allende é eleito Presidente da República pelas forças democráticas.

1971

Movimentos grevistas.
Lutas e greves estudantis.

1972

Importantes lutas e manifestações estudantis.
Início da campanha por uma amnistia geral.

1973

Manifestações e greves a nível nacional. Eleições para a Assembleia Nacional.
III Congresso da Oposição Democrática em Aveiro.
Encerramento da Faculdade de Letras de Lisboa depois de vários incidentes em diversas associações de estudantes.
Início do "Movimento dos Capitães" (reunião num monte alentejano perto de Évora).
Amílcar Cabral, dirigente do PAIGC, é assassinado em Conakry.
Massacre de 400 civis em Wiriyamu, Moçambique.
A ONU condena a política africana portuguesa.
Chile: golpe de Estado. O Presidente Salvador Allende é assassinado. Junta militar de Pinochet.
A 19 de Dezembro, em Peniche surge a LCI (Liga Comunista Internacionalista) que anos mais tarde, fundindo-se com o PRT viria a dar origem ao PSR (Partido Socialista Revolucionário)

1974

Novo surto grevista abrangendo dezenas de milhar de trabalhadores. Greve geral na Universidade de Lisboa contra a guerra colonial.
Dá-se a Revolução do 25 de Abril.
Criada a Junta de Salvação Nacional.
Libertação dos presos políticos (Caxias e Peniche). Instituida a liberdade de criação dos partidos políticos. General Spínola designado Presidente da República.
A República da Guiné-Bissau é admitida como o 138º membro das Nações Unidas. Assinatura do acordo de Argel: governo português reconhece a independência da Guiné-Bissau. Assinatura dos acordos de Lusaka: é reconhecido o direito de Moçambique à independência e a transferência de poderes para a FRELIMO.

1975

Constituição do Conselho da Revolução.
Eleições para a Assembleia Constituinte.
Início da Reforma Agrária. Ocupação de terras, constituição das primeiras cooperativas e UCP's. Nacionalizações.
Acordo de Alvor: processo e calendário de acesso de Angola à independência. Proclamação da República Popular de Cabo Verde. Proclamação da independência da República de São Tomé e Príncipe. Indonésia invade Timor Leste controlada pela Fretilin.
Espanha: morre o General Franco.

1976

Aprovação da Constituição. Ramalho Eanes eleito Presidente da República.
Primeiras eleições autárquicas.
1º governo constitucional. Mário Soares é escolhido como primeiro-ministro.

1977

Lei Barreto. Lei das indemnizações. Entrega de terras das UCP's a agrários. Congresso de todos os sindicatos. Greve nacional de ensino superior.

1978

Aprovada na Assembleia da República a lei que define e pune organizações de ideologia fascista.
Mário Soares é nomeado primeiro-ministro do II governo constitucional.
Primeira greve nacional da função pública desde 1926.
Início do julgamento do assassínio do general Humberto Delgado.

1979

Dissolução da Assembleia da República.
Manifestações em diversos pontos do país contra a política do governo Mota Pinto. Eleições intercalares.
Lourdes Pintasilgo, primeiro-ministro. Eleições autárquicas.

1980

Ramalho Eanes reeleito Presidente da República. Sá Carneiro, primeiro-ministro.

1982

Aprovada na Assembleia da República a extinção do Conselho da Revolução e a revisão constitucional.
Greve geral de 24 horas promovida pela CGTP contra o pacote laboral (12.Fev.) e em protesto contra a repressão policial (11.Maio).

1983

Dissolução da Assembleia da República. Eleições antecipadas. Mário Soares, primeiro-ministro.

1984

Há 92 mil trabalhadores com salários em atraso, em 600 empresas.

1985

Eleições legislativas e autárquicas. Governo minoritário do PSD, Cavaco Silva, primeiro-ministro.

1986

Portugal e Espanha entram na CEE.
Eleições presidenciais: Mário Soares, Presidente da República.

1991
Francisco Louçã fica a escaços votos de ser eleito deputado da Assembleia da República pelo PSR.

1994-95
Manifestações de estudantes contra a PGA (Prova Geral de Acesso), os buzinões na ponte 25 de Abril contra o aumento das portagens e o fenómeno Pedro Abrunhosa acabam de vez com o Cavaquismo dando origem ao Gueterrismo.

1999
Em Abril é fundado no Fórum Lisboa, o BE (Bloco de Esquerda), cujos partidos fundadores são o PSR, a UDP e a Política XXI. Ao apelo que os estes três partidos lançaram para a criação de um novo movimento político adere ainda o RUPTURA.
O BE (Bloco de Esquerda) elege Francisco Louçã e Luís Fazenda para a assembleia da república.
O BE lança a 1ª linha verde na assembleia da república.
A violência doméstica passa a ser crime público graças ao projecto-lei do BE.

2005
O BE elege 8 deputados para a assembleia da república.


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sábado, abril 09, 2005

Em Abril Avivar a Memória

Durante o Estado Novo a vigilância sobre os cidadãos era constante, não porque se tratassem de criminosos, mas porque ousavam manifestar as suas opiniões.


Rede de Informações Posted by Hello

O exemplo aqui divulgado tem a sua origem no Director do Serviço de Espectáculos que, a bem da Nação, informa em 23 de Abril de 1970, em documento confidencial, os perigos subversivos de uns espectáculos, mais ou menos clandestinos, em que perigosos inimigos do Estado, da família, cujas baladadas transmitem perigosas ideias de pacifismo e de reivindicação social. Os perigosos terroristas visados neste documento são: Padre Francisco Fanhais (um padre do outro lado da barricada????), Zeca Afonso (a quem o censor acrescenta o título de Dr. José Afonso - o respeitinho é muito lindo e o homem sempre era doutor e merecia alguma distinção em relação à restante populaça), Barata Moura, Adriano Correia de Oliveira, Manuel Freire e um curioso e inigmático "etc". Como se vê tudo gente do pior.

De facto a cantiga era (não continuará a ser?) uma arma contra as ditaduras, e com pontaria. Muitas vezes a única que nos restava (ou resta).

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domingo, abril 03, 2005

Crónica de uma Morte Anunciada

Esteve pensado para aqui um artigo a propósito deste título, entretanto os acontecimentos precipitaram-se e perderam a actualidade. No entanto há que reflectir um pouco.

A verdade é que ninguém pode ficar indiferente à morte do Papa, sejam católicos, cristãos, crentes em outras confissões religiosas não cristãs (judeus, muçulmanos, budistas, hindus, etc), agnósticos ou ateus (que como sabem é o meu caso).

João Paulo II, cujo pontificado durou 26 anos, um dos mais longos da História, deixou a sua marca profunda no rumo da História do século XX, quer no melhor quer no pior. No melhor saliente-se o seu contributo para o derrube do Muro de Berlim e de tudo o que ele significava,a condenação do neo-liberalismo e das guerras por si geradas ou a aproximação que tentou entre as diversas confissões religiosas, embora aqui tenha deixado de parte os que ou não têm qualquer confissão religiosa, ou têm uma interpretação muito especial e pessoal da existência de um ser divino ou superior.

De negativo deixou o seu conservadorismo teológico, nomeadamente no que diz respeito à mulher e ao seu acesso ao sacerdócio, ao fim do celibato dos padres católicos, entre outras coisas, como por exemplo a condenação da homossexualidade ou do uso de preservativo. Já não falo na luta contra o aborto, porque isso é uma questão pessoal relacionada com o direito à vida e, portanto, com as diferentes concepções do momento em que existe de facto vida. No entanto não posso deixar de condenar que a Igreja Católica, e não só, queira impor esse princípio a quem não o é, que por isso tem direito ao livre arbítrio, que lhe é sistematicamente negado como se de um crime se tratasse. Não pertendo impor uma ou outra coisa, mas quero ter o direito de optar. Para quem se preocupa tanto com a gestação de uma vida, parece preocupar-se pouco com o modo, ou qualidade, em que essa vida se vai desenvolver, mas como digo isso é um assunto pessoal e deve ser dada liberdade de escolha, não porque considere que o aborto seja um anti-conceptivo, mas porque é necessária uma formação para que os jovens, e não só, não sejam obrigados a recorrer ao trauma do aborto e suportar condenação jutídica e social de tal prática. O aborto deve ser sempre o último recurso e tudo deve ser feito para que ele não seja necessário, agora não se pode condenar o aborto e abolir os meios para o evitar, os quais passamsobretudo por uma educação sexual eficaz e alargada, sem tabús, preconceitos ou estigmas sociais ou religiosos.

Nestas, como em outras questões João Paulo II foi um homem de contradições.

os últimos cerca de 60 anos do século passado o Mundo conheceu cinco Papas. Pio XII (1939-1958), ultra-consevador e retrógado, que tentou esconder, enquanto pode o Holocausto Nazi, com o argumento de que a sua denúncia em nada contribuiria para a evolução dos acontecimentos; João XXIII (1958-1963), um Papa já de avançada idade e que ninguém esperava que viesse a abalar o catolicismo e a criar uma nova esperança através do Concílio Vaticano II; Paulo VI (1963-1978), o Papa da fusão, ou melhor o Papa que, embora fiel ao Concílio Vaticano II (que encerrou) tentou conciliar a corrente mais progressista da Igreja com a mais conservadora; João Paulo I (1978), o Papa surpresa, a Igreja tremeu perante a ameaça de um novo abalo na instituição e o seu pontificado só durou 33 dias (número mágico para os católicos) cujas circunstâncias da sua morte nunca foram esclarecidas: finalmente João Paulo II (1978-2005), o Papa peregrino, que, como já foi dito, conjugou um extremo conservadorismo teológico com uma visão corajosa e realista da política mundial, criando um dilema em relação ao futuro e à evolução da Igreja Católica.

O próximo Papa não pode ser como nenhum dos seus antecessores, tem que compreender as alterações que entretanto se deram no Mundo e ter a coragem de enfrentar, com medidas extremas se necessário, os poderosos do mundo (sejam eles quem forem), desde o terrorismo ao poder político, passando pelo poder económico e judicial. Terá que mostrar uma grande abertura e universalismo, em resumo terá que ser um conciliador entre todos os crentes (sejam de que confissão forem) e os não crentes.

Terá que saber distinguir perfeitamente o poder político e económico do poder religioso e, sobretudo terá que ter a coragem para enfentar os inimigos internos. A não ser assim, tudo continuará como dantes, ou melhor tudo piorará, porque hoje em dia estar parado é estar a andar para trás.

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sábado, abril 02, 2005

Abril de Novo

Eis Abril de novo. Para que se saiba o que é viver amordaçado, vou pôr aqui alguns artigos (imagens) relacionados com a censura e vigilância que a polícia política do Estado Novo (primeiro P.V.D.E, depois P.I.D.E e finalmente D.G.S) fazia sobre os cidadãos, tentando controlar e perpetuar o poder através da repressão do delito de opinião, ou melhor, do direito a ter uma opinião.


Censura Posted by Hello

Um povo que se deixa amordaçar é um povo que não merece solidariedade. Felizmente alguns (talvez muitos?) lutaram contra o status quo, muitas vezes com o sacrifício da própria vida e quase sempre abdicando dos bens materiais, para que agora todos possamos usufruir da liberdade e de podermos construir a nossa democracia.

Viva a utopia libertária! Abril Sempre!

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Citação

Os Governos suspeitam da literatura porque é uma força que lhes escapa.


Émile Zola

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