segunda-feira, janeiro 16, 2006

Não é bem atirar a toalha...

Do que se trata aqui é de não deixar que continuem a fazer de mim parvo!

Ora vejamos...

Cavaco inventou o défice, Cavaco inventou o regimento de carreiras da função pública, Cavaco isto, Cavaco aquilo... dizem os outros, para nós ficarmos a saber.
Cavaco não diz nada e, quando diz, diz asneira. Cavaco não quer debater. Os outros protestam (fica-lhes bem) mas aceitam.

Cavaco não é político profissional. Obviamente!

Se tentasse fazer exame para o ser, chumbava!

Cavaco não conhece o país. Conhece a família e a faculdade!

Mário Soares sim, é político profissional! É um animal político! Sim, mas um predador!

Mário Soares move-se com destreza, ajudado pelo seu clã. Faz parte de todas as seitas que lhe dão jeito e tem o dom de ser, em terra de cegos (os outros candidatos) o que tem o maior olho.

Supostamente seria assim, se não estivesse na eminência de perder já à primeira volta. Então começamos a vê-lo a morder sem nexo, a falhar o pescoço da presa.
Será a velhice da fera? Ou é mesmo desespero?

Manuel Alegre é o poeta, o rosto da utopia, a última esperança daqueles que ainda acreditam na liberdade.
Será?

Manuel Alegre é o orgulho ferido. Manuel Alegre quer ajustar contas com Sócrates, que o impediu de passar de alto funcionário do aparelho para líder.
Manuel Alegre é um moralista (ou até isso será pose?). Fala de fraternidade, de decência, de pátria (mas sempre à esquerda).

Manuel Alegre é oportunista ao usar Cunhal? É sim senhor!

Manuel Alegre tem o direito de usar Cunhal? Tem sim senhor, como os outros têm o direito de usar Sousa Franco, Sá Carneiro ou Salazar. Afinal vale tudo, não é?
Manuel Alegre foi contra a co-incineração no distrito de Coimbra. Muito bem, é a sua função. Mas Manuel Alegre é deputado da nação. Se a co-incineração era má para Coimbra não o seria também para o Parque Natural da Arrábida? Manuel Alegre não sabe onde é a Arrabida. Está lá por Coimbra, quer lá saber da pátria e do orçamento de estado para alguma coisa!

Jerónimo é o discurso do costume, mas em versão simpática. Os fantasmas são os mesmos, os herois os mesmos são.

Jerónimo ficou ofendido por Alegre mencionar Cunhal!

Sacrilégio! Alguém pôs a minha cassete a tocar noutro leitor!

Louçã sabe muito! Foi sempre o melhor da turma!

Agora descobriu que o estado nunca (desde Cavaco, como convém) cumpriu a lei na atribuição de fundos do orçamento de estado para a segurança social.

Há quanto tempo é que Louçã está no Parlamento?

Quantos orçamentos já votou?

Se o Estado não cumpre a lei, porque é que Louçã não processou o estado?
Só descobriu a marosca agora ou estava a guardar o trunfo?

Louçã passou rapidamente de atirador de bosta a políticos para organizador de jantares-comício com ecrans gigantes e consultores de imagem. Não se sentem enganados? Eu sentia!

Garcia Pereira é a vitima!

Porque é, de facto. Não faz parte do jogo, tem de dar pulinhos, acenar muito e protestar até que o vejam e o deixem brincar um bocadinho com a televisão.
Garcia Pereira é incómodo e fala como quem não deve e não teme. Estar fora do jogo, afinal é cómodo.

Garcia Pereira é injuriado por ser advogado de defesa de um qualquer "direitista". Não sei se o é por acreditar na inocência do tal "direitista" mas, se assim é, se calhar deviam era aplaudi-lo.

Garcia Pereira é advogado de direito do trabalho, sabe que o Estado não cumpre a lei nesse domínio e está dentro do assunto como poucos em Portugal. Garcia Pereira já fez a respectiva denúncia?

E lá andam eles, escondendo o jogo mas mostrando as cartas, prometendo coisas que sabem não ser da competência do Presidente da República mas que ficam sempre bem numa campanha, fazendo campanha com os defeitos dos outros, que as qualidades, por muito que as estiquem e as pintem de cores bonitas, não convencem ninguém.

Um voto em branco não é atirar a toalha ao chão!

Um voto em branco é dizer: "Já conheço essa receita, já comi disso e não gosto!".

Um voto em branco é dizer: "Venham outros, que estes já cheiram mal!".

Um voto em branco, por muito que o escondam, mostra que nem tudo se divide em maiorias e minorias.

Um voto em branco só é um voto à direita para a esquerda! Para a direita é um voto à esquerda. Já alguém tinha pensado nisto?

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