segunda-feira, dezembro 06, 2004

Melancholia

Um poente da cor do passado
um sépia quase sangue
um olhar sonolneto para longe
um horizonte perdido

uma torre tombada
no xadrês do tempo

não há como voltar
à grandeza do ontem

e cai a nostalgia
como concha vazia
que a maré deixa aos pés
e roi a melancolia

um barquinho moderno no mar
com alma de argonauta
um herói cego por tanto ver
um velho sem comer

uma canoa no Tejo
um fado na taberna

e cai a nostalgia
como concha vazia
que a maré deixa aos pés
e roi a melancolia

e cai a nostalgia
como concha vazia
que a maré deixa aos pés
velha melancolia

Carlos Tê, Kazoo

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