terça-feira, abril 19, 2005

De Ratzinger a Bento XVI, passando pelo Gueto de Varsóvia

A 16 de Abril de 1927 em Marktl am Inn, na Baviera, Alemanha, nascia Joseph Ratzinger, futuro Papa Bento XVI.


Bento XVI

Em 1941, com a idade de 14 anos juntou-se à Juventude Hitlariana embora, segundo o biógrafo John Allen, sem grande convicção. Dois anos depois, em 1943 fazia parte de um grupo de artilharia anti-aérea que defendia a fábrica BMW, nos arredores de Munique, dos ataques da aviação Aliada. Em Abril de 1945, a poucos dias da derrota alemã desertou do exército nazi e esteve preso num campo de prisioneiros alemãos, onde os Aliados promoveram campanhas de desnazificação. Posteriormente, a 29 de Junho de 1951 é ordenado sacerdote e em Junho de 1977 é ordenado cardeal pelo Papa Paulo VI. Participou no Concílio Vaticano II (1962/65). Ratzinger foi ordenado papa em 19 de Abril de 2005, depois de um dos mais curtos, senão o mais curto (cerca de 24 horas), Conclave da História.

Entretanto, nesta mesma data, mas em 1943, os Judeus do Gueto de Varsóvia deram início à primeira revolta massiva contra a ocupação Nazi. Devido às condições de vida a que estavam sujeitos, a população do gueto, durante os três anos da sua existência, diminuiu de 380.000 para 70.000 habitantes.


Rendição dos sobreviventes da
Revolta do Gueto de Varsóvia

Depois da chacina praticada pelos Nazis os sobreviventes foram conduzidos para campos de concentração, em especial Treblinka, onde a maioria morreu gaseada. Era a solução final do problema judaico para os nazis alemães.

Nesta altura o futuro Papa Bento XVI era um "pouco convicto" membro da Juventude Hitleriana, segundo o citado biógrafo, ou prestava serviço militar no exército nazi, protegendo a BMW dos ataques da aviação Aliada e, quando a guerra estava a dias do fim e a Alemanha Nazi estava praticamente derrotada, torna-se desertor, tendo sido preso pelos Aliados e, depois de ter passado por um período de desnazificaçãom, foi ordenado Padre em 1951, Cardeal em 1977 e Papa em 2005.

É este homem, cujo pontificado, como o dos seus antecessores, irá ter uma influência político-religiosa na sociedade mundial, cuja acção não afectará somente os católicos, mas sim toda a população mundial, independentemente da religião que professe ou da sua condição de agnóstica ou ateia.

Com um passado no mínimo polémico, foi este homem que, dias antes da sua eleição como Papa, afirmava a necessidade de combater a "ditadura relativista", é hoje o chefe da Igreja Católica Romana.


3 Comments:

Blogger VFS said...

Antes de mais, rejubilo por partilharmos do mesmo ideal: a Língua Portuguesa como pátria. Reportemo-nos ao Conclave. Ratzinger foi eleito depois de uma reunião de comparsas, num conclave absolutamente irrelevante. A Igreja prepara a agitação, que surgirá depois de Bento XVI. Como instituição limitada, quase, a uma natureza política, prevejo a emersão de um Papa chinês. Bento XVI - e não o homem Ratzinger - é só o rosto de que a Igreja necesita.

4/20/2005 2:08 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

A hipocrisia deste post e do comentário abaixo é deveras chocante.

5/04/2005 6:35 da tarde  
Blogger Mário Monteiro said...

Porque será que os cobardes se escondem sempre atrás do anonimato? O tempo da Inquisição e das denúncias anónimas já passou. Aqui todos assumimos as nossas posições, as do anónimo são tão válidas como as dos outros, se não fossem anónimas.

Aqui deixo ficar o seu comentário anónimo como mostra do fundamentalismo e estupidez humana.

5/04/2005 10:40 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home

|