segunda-feira, abril 18, 2005

Ratz... Quê?

Não vale a pena esconder o Sol com a peneira. Não restam dúvidas que a Igreja Católica influencia fortemente a sociedade, independentemente das opções religiosas e filosóficas de cada um.

Este artigo vem a propósito das palavras hoje proferidas pelo cardeal Ratzinger antes do início do Conclave, que levará à eleição do próximo Papa. Disse Ratzinger que o novo Papa deverá ser fiel à Igreja tradicional e que deverá combater a "ditadura da relatividade". Esta afirmação vinda de um cardeal que é apontado como um dos favoritos à sucessão de João Paulo II, e cujas opções são ultra-consevadoras, levanta-me as seguintes interrogações:

- Pretenderá Ratzinger, caso seja eleito Papa, arrastar a Igreja Católica para um fundamentalismo político-religioso, que nem João Paulo II ousou, pelo menos no plano político-ideológico?

- Defenderá Ratzinger a "democracia" do absolutismo ou o monolitismo político-religioso?

- Quais os apoios políticos com que conta Ratzinger para a sua nova Cruzada?

A situação é no mínimo preocupante, quer seja Ratzinger o eleito, ou outro que partilhe de um consevadorismo idêntico.

O conservadorismo religioso aliado ao poder político neo-liberal, consevador e militarista, que está a despontar neste início de século, leva-me a questionar seriamente o futuro, até porque de outros lados sopram ventos de idêntico conservadorismo e fundamentalismo que, em vez de conduzir o mundo para uma maior justiça, o poderá arrastar para um abismo do qual será, no mínimo, dificil de sair.

Vamos ter esperança que a solução seja diversa da preconizada por Ratzinger e, sobretudo, que a sociedade civil saiba estar atenta e participativa quanto a qualquer tentativa de novas cruzadas e guerras santas.

O nome Ratzinzer até parece que tem a sua origem em rato e os ratos são perigosos, principalmente os ratos dos esgotos.


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